3 coisas que não te contaram sobre psicoterapia

07/03/2023

Fazer psicoterapia não é tão simples quanto parece. Ao Adentrarmos no processo psicoterapêutico, fazemos contato com muitos sentimentos que, às vezes, tentamos evitar. Por isso, existem três coisas importantes de serem contadas sobre a psicoterapia.

A primeira é: Autoconhecimento dói, mas é enriquecedor

É muito importante se conhecer bem, saber do que gostamos e do que não gostamos, quais são nossos limites para as situações e que saibamos, também, impor esses nossos limites às outras pessoas. No entanto, o processo de autoconhecimento pode ser um pouco difícil, porque não iremos nos deparar só com coisas boas a nosso respeito, mas também com características com as quais não gostaríamos de nos identificar. Pode ser um tanto quanto desagradável entrar em contato com essas características e emoções que não gostamos, porém esse é o primeiro passo para conquistarmos a mudança que tanto almejamos. Se conhecer e se reconhecer é fundamental para que a gente se desenvolva melhor e consiga melhorar aspectos que nos deixam insatisfeitos. Dessa forma, precisamos observar quais são os nossos padrões de pensamentos e comportamentos, que normalmente ocorrem de forma tão automática que nem mesmo nos damos conta. Essa observação, esse olhar para dentro de nós, mesmo sendo doloroso algumas vezes, garante que sejamos mais assertivos diante das situações que nos acontece.

A segunda é: Mudanças requerem processos e não acontecem da noite pro dia

Seria muito bom se conseguíssemos mudar nossos hábitos rapidamente, num estalar de dedos. Mas não é assim que funciona. Qualquer mudança requer tempo, porque precisamos desenvolver novas habilidades e nos desacostumar dos padrões de comportamentos com os quais já estávamos acostumados. Da mesma forma que nossos pensamentos e comportamentos são construídos ao longo da nossa vida, com base em nossas experiências e vivências anteriores, inferir mudanças sobre aquilo que pensamos, sentimos e fazemos, também levará tempo. Além disso, somos moldados pelas crenças que desenvolvemos acerca de nós mesmos e das outras pessoas em geral. Como essas crenças são desenvolvidas ao longo da vida, temos em nossa mente que elas são sempre certas e verdadeiras. No entanto, é muito importante perceber que muitas dessas crenças podem – e muitas vezes realmente estão – equivocadas. É difícil lidar com isso no início, porque essas crenças regem a nossa vida, e ao reestruturá-las, de maneira a torná-las mais flexíveis e realistas, podemos sentir alguma resistência. O importante é entender que apesar de não ser um processo tão simples, a reestruturação das nossas crenças pessoais, pensamentos e comportamentos é completamente possível. Nossos comportamentos podem ser aprendidos e desaprendidos, mas a palavra-chave para alcançarmos esse objetivo é paciência. Com paciência, e adicionando disciplina e determinação, mesmo em momentos em que não estejamos nos sentindo motivados, vamos percebendo a mudança aos poucos, no nosso dia a dia.

A terceira é: Antes de melhorar, piora

Qualquer processo de mudança pode ser complicado, e quando temos um objetivo, para alcançá-lo, precisamos traçar pequenas metas. Isso pode ser um tanto quanto difícil, porque essa tarefa nos obriga a sair da zona de conforto que já estávamos habituados, e isso pode nos fazer experimentar diferentes emoções como medo e ansiedade. Aliás, para fazer qualquer mudança significativa na vida, precisamos estar dispostos a sair da zona de conforto, afinal de contas, em zona de conforto, não há progresso.
No processo da terapia, sair da zona de conforto é entrar em contato com aquelas emoções/sentimentos que normalmente tentamos evitar, por causa da carga emocional que ela nos traz. Não é fácil reconhecer fraquezas, expor os nossos medos, falar daquilo que nos gera angústia. A terapia nos permite a desconstrução daquilo que passamos uma vida inteira acreditando. Desconstruir estas crenças, refletir o nosso modo de funcionamento, dói! E quanto mais mexemos nessas emoções, nos nossos medos, anseios, nas nossas questões, mais desconfortáveis vamos ficando. Porém, reviver dores, nos permite encarar o problema de frente, encontrar estratégias adequadas para sabermos lidar, e isso, nos garante o crescimento emocional, mental e pessoal. É um processo enriquecedor.

Thaiane Palhares

Thaiane Palhares

Psicóloga

Psicóloga e Psicopedagoga Clínica, Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e Certificada em Terapia do Esquema. Escritora e produtora de conteúdo. Coordenadora Editorial do livro “Bem estar mental e emocional na atualidade” e Coautora do livro “O desafio de Educar”. Encontra inspiração através da leitura, motivação através do café, foco e disciplina através da prática do Mindfulness. Você também pode me seguir no instagram @thaianepalhares.psico